Patricia Highsmith transformou criminosos em heróis e crime em romances psicológicos, rompeu com os conceitos básicos do policial e inverteu o clássico final ‘castigo para o criminoso’. Com seus livros traduzidos em 20 línguas, os seus thillers criminais psicológicos, ainda hoje, encantam leitores no mundo inteiro e tem os melhores elogios da crítica. O seu primeiro livro, ‘Strangers on a Train’ (‘Pacto Sinistro’), teve várias adaptações para o cinema, sendo a mais famosa a de Alfred Hitchcock. O filme ‘The Talented Mr. Ripley’ (‘O Talentoso Ripley’), com o insípido Matt Damon, foi a segunda adaptação do livro homônimo de Patricia Highsmith, a primeira foi ‘Plein Soleil’ ('O Sol por Testemunha’) com Alain Delon interpretando o papel principal. Patrícia torceu o nariz para as duas adaptações, na primeira, o diretor fez o amoral Tom Ripley sentir culpa de seus crimes, e culpa é algo que não existia para o personagem. Na versão francesa, que teve a melhor interpretação do anti-herói, mesmo assim irritou a autora, porque o final da historia foi alterado, Ripley acaba preso. Para Patrícia não interessava que a trama fosse um quebra-cabeça que culminasse com a descoberta do assassino, ela usava o crime como mote para mergulhar em aspectos perturbadores da psicologia humana. Interessavam-lhe, sobretudo, as condutas amorais. Nascida no Texas, mas radicada na Europa onde viveu a maior parte da sua história, Patrícia Highsmith nunca escondeu que seus livros estão impregnados de fantasmas pessoais, atormentada por traumas de infância e que tinha uma relação problemática com sua sexualidade. Até o fim da vida ela guardou mágoa da mãe, que tentou abortar seu nascimento ingerindo terebentina e mais tarde reprimiu o quanto pôde a lesbiandade da filha. Patricia só conheceu seu pai biológico aos 12 anos e, na ocasião, ele tentou abusar dela sexualmente. Na adolescência, a escritora sofreu de anorexia, fato que mais tarde atribuiria ao desejo de fugir de sua própria personalidade. Adulta, tornou-se um poço de melancolia e contradições. Embora tenha vivido uma infinidade de relações com mulheres, tinha dificuldade em estabelecer ligações duradouras. Em alguns momentos, chegou a freqüentar o psicanalista com o objetivo de se tornar heterossexual. Apesar de lésbica, Patricia declarava ter horror à convivência com a categoria: seu par romântico ideal, dizia, eram as mulheres casadas. Curiosamente, a escritora foi acusada de misoginia pelas feministas. Elas alegavam que Patricia tinha um prazer perverso em descrever assassinatos brutais de mulheres. Patrícia Highsmith foi uma das grandes damas do suspense e seu legado é composto de livros ricamente elaborados a respeito da tênue linha que separa os bons e os maus. Crueldade com elegância era o principal ingrediente de suas tramas policiais.
Um Dos mais Famosos de seus livros é o preço do sal ou Carol
O livro é um
a história de amor lésbico um tanto conturbada. Durante a maioria das páginas do livro o leitor se encontra com raiva da protagonista. A protagonista é uma cenógrafa de 19 anos chamada Therese, que mora em Nova York sozinha em um micro apartamento, e que inicialmente namora um mala sem alça de origem russa pelo qual ela não sente praticamente nada. Carol é uma mulher bem mais velha que ela, mãe e que está se divorciando. Elas se conhecem em uma loja de departamentos e a guria de 19 anos se apaixona por ela.
Quando elas saem para viajar juntas de carro é quando descobrimos o que inspirou Nabokov. É mais um guia de viagens pelos EUA. Felizmente, ela descreve muito menos o ambiente do que Nabokov. Mas infelizmente, todas as cenas de interação das duas poderiam ser resumidas a umas quatro ou cinco.
O final do livro, graças a deus, surpreende. E surpreende bem na hora que tu acha que Manoel Carlos encarnou na Patrícia Highsmith. Não contarei o final. Não pouparei ninguém do guia de viagens. Nem de ficar com raiva da cenógrafa. Boa sorte.
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