terça-feira, 13 de abril de 2010

A homossexualidade no decorrer da história

Grécia Antiga
A palavra homossexual é originária do século XIX a partir do grego ‘homo’ (igual) e do latim ‘sexus’. Portanto, na Grécia Antiga tal expressão inexistia, existia a pederastia, que para os gregos era o amor de um homem maduro por um adolescente. A relação também incluía a questão do status social, nesse sentido o homem deveria ter ascendência intelectual, cultural e econômica sobre o adolescente. Afinal, ele complementaria a formação do jovem, iniciando-o nas artes do amor, no estudo da filosofia e da moral. É com o advento do cristianismo que essas relações passam a ser vistas como pecaminosas. Havia todo um ritual envolvendo a aproximação do homem que estivesse interessado por um adolescente. A ‘corte’ era necessária para que a relação tivesse o caráter de bela e moralmente aceita. Os papéis nesse caso eram bem definidos, o homem (erastes) fazia a corte e o adolescente (erômeno) era o cortejado, podendo deixar-se conquistar ou não. A pederastia entre dois homens adultos não era comum e, quando ocorria, era reprovada, pois um homem não podia ser passivo com outro homem, muito menos se este fosse um escravo ou de classe inferior.O casamento era monogâmico, não por razões religiosas, mas seculares. O fato do homem ter uma esposa não o impedia de se relacionar com um adolescente. E nem o fato de se relacionar com o adolescente significava o fim do seu casamento. A pederastia dificilmente alterava a imagem do homem perante a sociedade, pois o amor ao belo, ao sublime e o cultivo da inteligência e da cultura não tinha sexo. Condenável era a busca do sexo pelo sexo. Quando os gregos escreviam sobre o amor entre os homens eles o exaltavam como a mais alta forma de afeição. Ele incluía uma ligação emocional, uma profunda amizade, valores em comum e um compromisso em torno de uma tarefa. Sexo não era o ponto principal do relacionamento, e sim a virtude.
A homossexualidade feminina também teve seu lugar na Grécia Antiga. Ao homem era permitido o relacionamento extra-conjugal, ao contrário da mulher, que não tinha mais direitos políticos e legais que um escravo. Não recebiam qualquer tipo de educação formal e eram obrigadas a passar a maior parte do tempo nos aposentos destinados a elas em seu lar submetendo-se a casamentos arranjados. Nem sempre as esposas negligenciadas se queixavam. Algumas, a despeito das dificuldades, conseguiram encontrar consolo em outra parte. Não obstante, a maioria parece ter recorrido a expedientes menos arriscados da masturbação ou homossexualidade. As mulheres homossexuais eram designadas pelo nome de ‘tríbades’, que significa ‘pessoa que se esfrega’. Existem referências a um objeto semelhante a um pênis, denominado ‘olisbos’ ou ‘dildo’, usado para satisfação homossexual ou auto-erótica.Os atenienses consideravam o tribadismo mais comum em Esparta. Plutarco mencionou que em Esparta: ‘O amor era encarado com tanta honra que até as mais respeitáveis mulheres ficavam enfeitiçadas por mocinhas’. A ilha de Leucas também era ‘suspeita’, parcialmente, porque o primeiro livro com posturas tribádicas, segundo se dizia, tinha sido escrito por uma leucadiana, Filênis. Entretanto, Lesbos é que foi encarada como a pátria espiritual, aquela ilha onde a ardente Safo amou e cantou. Com o passar do tempo, seu nome e o da ilha começaram a alcançar um significado especial: ‘amor lesbiano’, o qual foi usado após a palavra tribadismo cair em desuso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário