Djuna Barnes (Cornwall-on the-Hudson, Nova Iorque, 12 de Junho de 1892 - 18 de Junho de 1982) foi uma escritora norte-americana. Ficou conhecida pelo seu lúgubre romance Nightwood (1936). Teve um relacionamento conturbado com a artista plástica Thelma Wood e frequentava reuniões com outras escritoras na casa de Nathalie Barney.
Thelma Ellen Wood foi uma escultora americanoa (3 de julho de 1901 - 10 de dezembro de 1970). Ela nasceu em Kansas, e cresceu em St. Louis, Missouri . Ela foi a segunda de quatro filhos.
Djuna Barnes e Thelma Wood
Djuna e Thelma, quase dez anos juntas
"Djuna Barnes é uma das mais renomadas e, ao mesmo tempo, desconhecida autora da literatura modernista americana do século XX, como ela mesma costumava dizer-se "a mais famosa desconhecida do século". Djuna nasceu no dia 12 de junho de 1892 nos arredores de Nova York. Sua família não era nada convencional. A avó, Zadel, era jornalista e feminista. O pai, Wald, era adepto da liberdade sexual e mantinha duas famílias - a da esposa e a da amante - sob o mesmo teto. Nem Djuna nem seus irmãos freqüentaram a escola pois Wald, um egoísta megalomaníaco que queria impor suas idéias a todos ao seu redor, era contra o sistema educacional. Quando a filha Djuna fez 16 anos, Wald resolveu que ela já estava pronta para iniciar-se sexualmente e chamou um vizinho para desvirginar a filha. Djuna nunca mais se recuperou do trauma e jamais superou o ódio que desde então alimentou pelo pai por aquela agressão nem os irmãos, pelas constantes tentativas de abusarem sexualmente dela. Quando o pai abandonou a família, Djuna foi para Nova York trabalhar como jornalista para sustentar a mãe e os irmãos. Em pouco tempo tornou-se uma das mulheres mais bem pagas do meio, graças aos seus comentários sarcásticos, suas ilustrações originais e suas matérias inusitadas. Djuna uma vez "entrevistou" uma gorila num zoológico, algo originalíssimo na época e, em outra matéria, experimentou o drama das sufragistas inglesas que, em greve de fome, foram alimentadas à força: ela mesma se submeteu ao tratamento. Depois da primeira guerra, Djuna - assim como vários americanos da sua geração - foi tentar a vida em Paris. Chegou à cidade como correspondente cultural do Theater Guild mas já era reconhecida por seu talento literário. Foi em Paris que Djuna viveu o grande amor da sua vida, com a escultora Thelma Wood. Bissexual, Djuna já havia tido casos antes, com homens e mulheres, mas a paixão por Thelma foi arrebatadora. Thelma Wood dizia ter sangue de índio sioux nas veias e com isso queria explicar sua natureza selvagem. Como muitos artistas americanos de sua geração, Thelma também foi tentar a sorte em Paris depois da Primeira Guerra. Fugindo da Lei Seca e do provincianismo americano, buscava um custo de vida barato e a cultura efervescente de Paris. Thelma dedicou-se à escultura até conhecer Djuna Barnes, que a convenceu a tentar desenhos a bico-de-pena. Elas haviam se encontrado em Berlim, se apaixonaram e, de volta a Paris, foram viver num pequeno apartamento na Rive Gauche. Mas a natureza primitiva e irrequieta de Thelma não combinava com uma vida caseira. Para piorar, Thelma era alcoólatra, nunca conseguiu levar sua carreira à sério e era mais conhecida na cidade por seu sex-appeal e sua beleza selvagem do que pelo seu trabalho.Thelma bebia demais e saía à noite pelos bares e nightclubs enquanto Djuna esperava em casa. Quando, Djuna, angustiada e impaciente, procurava Thelma pelas ruas, encontrava a namorada, bêbada e jogada pelas sarjetas. Depois de quase dez anos de idílio amoroso, a relação começou a se deteriorar graças ao ciúme de Djuna, à infidelidade e ao hobby noturno de Thelma. Com o rompimento definitivo, depois da última traição de Thelma, Djuna escreveu sua obra-prima “Nightwood” (No Bosque da Noite). Quando o livro foi publicado Thelma odiou e Djuna, sentiu-se vingada. Depois de Thelma e Paris, o mundo parecia ter acabado para Djuna. Beirando os 50 anos, Djuna foi encontrada pela amiga Peggy Guggenheim em uma clínica de desintoxicação na Inglaterra. Peggy decidiu mandar a amiga de volta a Nova Iorque. Por quarenta anos, Djuna permaneceu isolada em seu apartamento, sem receber visitas. Pobre vivia de uma mesada de suas amigas ricas Peggy e Natalie Barney. Morreu aos noventa anos, em 1982. Depois de sua morte a sua obra - não muito numerosa, com uma característica marcada pelo humor negro e ironia e considerada obscena, por insistir em temas como lesbianismo, bestialismo e incesto - foi quase toda reeditada."
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