Henriette Rosine Bernardt (Paris, 22 de outubro de 1844 — Paris, 26 de março de 1923), conhecida mundialmente por Sarah Bernhardt, foi uma atriz e cortesã francesa, já chamada por alguns durante "a mais famosa atriz da história do mundo". Bernhardt fez sua reputação nos palcos da Europa na década de 1870, e logo passou a ser exigida pelos principais palcos do continente e dos Estados Unidos. Conquistou uma fama de atrizdramática, em papéis sérios, ganhando o epíteto de "A Divina Sarah".
Sarah Bernhardt foi representada em dois filmes brasileiros, O Xangô de Baker Street e Amélia.
Nasceu em Paris, na França, como Henriette Rosine Bernardt, filha de Julie Bernardt com um indivíduo de identidade desconhecida, de origem holandesa. Seu avô, Moritz Bernardt, foi um comerciante judeu em Amsterdã, e provavelmente sua mãe também nascera lá.
Marie Bernardt passou os primeiros 4 anos de sua vida na Bretanha, aos cuidados de uma babá. A primeira língua que conheceu foi o bretão e por este motivo adotou a forma bretã de seu sobrenome, na carreira teatral: Bernhardt. Nesta época sofreu um acidente que muitos anos depois lhe acarretaria graves problemas de saúde: caiu de uma janela, quebrando a patela direita. Ainda que tenha se curado, a patela continuou frágil para sempre, e em 1914, por causa de novo acidente, e com as fortes dores que sentia, teve a perna direita amputada. Após este acidente, sua mãe a levou consigo a Paris, onde permaneceu dois anos. Perto de completar 7 anos ingressou na Instituição Fressard - um internato para garotas, perto de Auteuil, onde permaneceu dois anos. Em 1853 ingressou no colégio de freiras Grandchamp, região de Versalhes. Neste colégio participou de
Depois de abandonar Grandchamp, aos 15 anos, sua mãe tratou de introduzi-la no ambiente mundano, para que ganhasse a vida como uma cortesã de luxo, apesar da jovem Sarah, influenciada por sua educação religiosa, negar-se repetidamente a princípio. Julie Bernard tinha um salão em Paris, onde recebia os seus clientes; entre estes estava o meio-irmão de Napoleão III, o Duque de Morny. Morny aconselhou-a a inscrever-se no Conservatoire de Musique et Déclamation. Graças aos contatos do duque, Sarah ali ingressou sem dificuldades em 1859, onde adquiriu seu treinamento formal.
Muitas das incertezas em sua biografia se devem à sua tendência de exagerar e distorcer os fatos. Alexandre Dumas, filho, autor de La dame aux camélias, que ela teria encenado quase três mil vezes ao longo de sua vida, a descreveu como uma notória mentirosa.
Vida pessoal
Sua vida familiar não foi simples. Teve uma relação tensa e distante com sua mãe, Julie. Sua progenitora nunca foi uma mãe carinhosa e interessada e isso fez com que Sarah sempre buscasse sua aprovação e seu carinho. Julie Bernard sentia predileção tão exclusiva por sua filha Jeanne que descuidou totalmente a educação de sua filha menor, Régine. Sarah Bernhardt sentia predileção por sua irmã pequena Régine e quando se tornou independente levou-a para morar consigo para distanciá-la da mãe e das intenções desta em convertê-la também em cortesã. No entanto, devido ao abandono afetivo que sofreu e o ambiente com sua mãe, fez com que Régine se convertesse em prostituta aos 13 anos. Faleceu aos 18, em 1873 de tuberculose. Sua outra irmã, Jeanne também foi cortesã durante uma época, sempre que tinha necessidade de dinheiro. Para apartá-la da má vida, Bernhardt levou-a consigo como sua companhia e acompanhou-a em várias de suas viagens americanas e européias. Era uma atriz medíocre, mas fazia pequenos papéis e vivia uma vida de luxo junto de sua irmã. Se sabe que sofreu crise de neurose por seu vício em morfina e que teve que ser internada no hospital La Pitié-Salpetrière em Paris sob cuidados do doutor Charcot.
Em 1864 Sarah Bernhardt teve um caso romântico passageiro com um aristocrata belga, Charles-Joseph Eugène Henri, Príncipe de Ligne, com quem ela teve seu único filho, Maurice Bernhardt. Envolveu-se com diversos nomes do cenário artístico da época, como Gustave Doré,Georges Clarin, os atores Jean Mounet-Sully e Lou Tellegen, assim como o célebre escritor Victor Hugo. Alphonse Mucha baseou nela diversas de suas obras emblemáticas do art nouveau. Sua amizade com Louise Abbema, pintora impressionista catorze anos mais nova que ela, era tão íntima e apaixonada que existiam rumores de que as duas fossem amantes.
Em 1882 casou-se, em Londres, com o ex-oficial militar e ator grego Aristides Damala (conhecido na França pelo nome artístico de Jacques Damala). O casamento, embora tenha durado oficialmente até a morte de Damala, com 34 anos, em 1889, entrou rapidamente em colapso graças às infidelidades do marido e ao vício em morfina alimentado por ele. Nos últimos anos de seu casamento, Sarah Bernhardt teria se envolvido com o Príncipe de Gales, que posteriormente veio a ser o rei Eduardo VII da Inglaterra.
Não era uma pessoa religiosa, e teria dito, certa vez: "Eu, rezar? Nunca! Sou uma atéia.
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